segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A contracultura cristã



"É impossível um cristão sincero não simpatizar com manifestações contraculturais" Ricardo Almeida


Um movimento de contracultura propõe novas maneiras de pensar, sentir e agir, tenta erigir um universo com regras e valores próprios. A contracultura desmistifica os pensamentos, métodos, valores e condutas hegemônicas, socialmente estabelecidas, e constrói pensamentos, métodos, valores e condutas alternativas.
Por incrível que pareça, o cristão deveria endossar mais as práticas contraculturais do que as socialmente constituídas. Deveria se guiar menos por construções mentais humanas, modos de proceder, práticas religiosas ou modos de operação que são produtos de valores humanos. Em um mundo onde o individualismo é estimulado, onde o ego das pessoas precisa ser massageado, onde a ignorância de muitos é bom negócio para poucos, onde o “ter” vale mais do que o “ser”, onde só há justiça quando há conveniência, e onde o conformismo é regra e imposição, o cristianismo deveria ser a alternativa para quem está cansado de tudo isso. Palavras de John Stott:

“De um certo modo, os cristãos consideram esta busca de uma cultura alternativa um dos mais promissores, e até mesmo excitantes, sinais dos tempos. Pois reconhecemos nisso a atividade do Espírito, o qual, antes de confortar, perturba; e sabemos a quem a busca deles conduzirá, se quiserem encontrar a resposta. Na verdade, é significativo que Theodore Roszak, encontrando dificuldade para expressar a realidade que a juventude contemporânea procura, alienada como está pela insistência dos cientistas quanto à'objetividade', sente-se obrigado a recorrer às palavras de Jesus: 'Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?'
Mas, ao lado da esperança que esta disposição de protesto e busca inspira aos cristãos, há também (ou deveria haver) um sentimento de vergonha. Pois, se a juventude de hoje está à procura das coisas certas(significado, paz, amor, realidade), ela as tem procurado nos lugares errados. O primeiro lugar onde deveriam procurar é um lugar que normalmente ignoram, isto é, a Igreja. Pois, com demasiada freqüência, o que vêem nas igrejas não é a contracultura, mas o conformismo; não uma nova sociedade que concretiza seus ideais, mas uma versão da velha sociedade a que renunciaram; não a vida, mas a morte. Prontamente endossariam o que Jesus disse de uma igreja do primeiro século: 'Tens nome de que vives, e estás morto'


Há muito tempo atrás, disse também um certo Apóstolo Paulo:

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento..” Romanos 12:2