terça-feira, 13 de setembro de 2011

Quando a comodidade se torna um incômodo


"Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo" - C.S.Lewis

Domingo, ele foi à igreja. Escutou os avisos, louvou, ouviu a palavra, confraternizou e foi para casa. Na semana seguinte, domingo, ele foi à igreja, escutou os avisos, adorou, ouviu a palavra, confraternizou e foi para a casa. Domingo de novo, ele foi à igreja, escutou avisos, adorou, ouviu a palavra, confraternizou e voltou para casa.

Mas no fundo, aquele jovem estava incomodado. Sentia que deveria fazer mais, muito mais. Com o tempo, notara que o ser cristão estava menos entre os avisos e a confraternização, e mais no trajeto entre sua casa e a igreja.

Percebera que ir à igreja faz parte e é necessário, porém, não pode jamais ser o tudo. Caiu em si e percebeu que se tornara um mero religioso, mecanizado, automatizado e robotizado.

Lembrou-se que o Evangelho retratado na Bíblia muitas vezes nada tinha a ver com o Evangelho que vivia. Lembrou-se de Nicodemos, conhecedor exímio das práticas religiosas, mas incapaz de entender a Cristo. Imediatamente identificou-se.

Constatou que seria cômodo continuar indo à igreja, escutar os avisos, louvar, ouvir a palavra, confraternizar e ir para a casa. Mas essa comodidade acabou transformando-se no incômodo que corroía sua mente e seu coração. A comodidade acabou gerando o sentimento oposto: acabou transformando-se em incômodo.

Sentiu-se incomodado por não ter se incomodado antes. Incomodou-se por ter ficado tanto tempo acomodado.